Broca do algodoeiro – Eutinobothrus brasiliensis

É também conhecida como broca da raiz, broca do coleto e broca do caule do algodoeiro. Na literatura brasileira há citações da espécie como Gasterocercodes gossypii e G. brasiliensis.
É originária da América do Sul, e ocorre nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Rio Grande do Norte.

Plantas hospedeiras:

As plantas hospedeiras devem estar limitadas a dois gêneros de malváceas: Gossypium (algodoeiro) e Hibiscus (quiabeiro), as quais, em condições normais, são propícias para alimentar a praga e, inclusive, oferecer condições para sua reprodução.

Prejuízos:

A broca quando adulta é responsável por pequenos danos ao algodoeiro, enquanto, na fase larval, a praga é muito prejudicial às plantas.
Tão logo as plantas emergem, as brocas adultas são atraídas para a cultura, a fim de se alimentar e fazer as posturas. Alimentam-se por vários dias, antes de iniciarem a oviposição, fazendo perfurações superficiais nos caules ou, então, pequenos buracos nas folhas, causando o enrugamento e queda destas. Em plantas mais desenvolvidas, a broca demonstra preferência pelas hastes (próxima ao solo). Iniciada a postura dos ovos, sua alimentação restringe-se, principalmente, a essa porção da planta.
O primeiro sinal de infestação é o murchamento e seca das folhas, podendo ocorrer tanto em plantas jovem quanto adultas, pois a praga pode apresentar-se em qualquer etapa do desenvolvimento vegetativo do algodoeiro. Os prejuízos são causados pelas larvas, as quais bloqueiam o interior do caule e das raízes.
Muitas plantas morrem antes de atingir a altura de 20 a 25 cm. As plantas mais desenvolvidas apresentam suas folhas murchas, avermelhadas, bronzeadas e até arroxeadas, que vêm a cair; as larvas determinam hipertrofia e necrose dos tecidos da região do colo. Realizando um corte longitudinal na região do colo até a raiz, verifica-se a existência de galerias em todas as direções, causando a morte da planta.

Ciclo evolutivo:

a) Total (de ovo a adulto) = 70-75 dias
b) Período de pré-oviposição = 6 dias
c) Período de oviposição = 158 dias
d) Período de incubação = 10 dias
e) Período larval = 54 dias
f) Período de pré-pupa = 4 dias
g) Pupa = 15 dias
h) Adulto = 200 dias.
A fêmea põe, em média, 167 ovos, à razão de um ovo por dia, durante o período de oviposição. Os meses de fevereiro e março constituem o período mais favorável à oviposição.